A Largada

Eu juro que tentei. Tentei, reconheço agora que em vão, resistir a tendência que insistia em torcer contra o Barrichello. Estava eu, desde 93, acompanhando a sua Jordan e torcendo para que ela chegasse ao menos em 6º lugar e, assim, pudesse garantir um ponto ao nosso piloto. Vibrei eu quando Senna o elogiou, quando a sua habilidade em pista molhada foi reconhecida, quando conseguiu sua primeira pole-position, quando fechou contrato com a Ferrari, quando ganhou a sua primeira corrida em julho de 2000. Fiquei do seu lado até, depois daquela palhaçada na temporada de 2002 (não me recordo o circuito), na qual Rubinho deixou Schumacher passar a sua frente na última volta. E até no início deste ano, torcia eu desesperadamente por ele, quando por falta de gasolina, abandonou a corrida de Interlagos. Só que, com a chegada da última etapa da F-1 2003, em Suzuka, no Japão, me vi obrigada a mudar de lado. Quando as cinco luzes vermelhas se apagaram na madrugada do dia 12/10 (horário de Brasília), me tornei a fã nº 1 de Raikkonen. Afinal, não queria ver eu, de novo, Schumacher campeão (e o que é pior, pela sexta vez). Só os 10 pontos do finlandês me interessavam.

O porquê da minha antipatia pelo alemão? Sei lá, acho que nem Freud explica. Mas acho que tem a ver com a mitificação que fizeram em torno do cara. Me lembro muito bem, quando ele ainda corria pela Benneton, dos ‘quartos lugares’ que alcançava. Ok, reconheço também que ele se destacou em muitas corridas com aquele carro amarelinho, ele é bom, mas... Acho que o que me incomoda é o fato dele ter superado algumas marcas e alguns recordes do Senna.

Aproveitando que abri um parêntese para falar das minhas antipatias no esporte, aí vai mais uma revelação: Surpresa! O Galvão consegue me irritar. Na verdade, nada de novo até aí, ele consegue irritar muita gente. Para ficar só com o exemplo da corrida de ontem, têm-se alguns fatos. Primeiro, o locutor não se cansava de falar mal da TV Japonesa. "Gostaríamos de lembrar que a geração das imagens é feita pela TV Japonesa e que existem, no momento, algumas falhas na parte da informática, por isso eu e o Reginaldo estamos com dificuldades em passar as informações precisas para você, telespectador". Tudo bem, problemas acontecem, mas ficar falando mal o tempo todo (engraçado, percebi que eu estou fazendo o mesmo...) Acho melhor guardar estas aflições comigo. Vamos à corrida, então:

Rubinho já na 1ª volta perde a pole para o colombiano Juan Pablo Montoya, Da Matta cai de 3º para 4º lugar e Raikkonen sobe duas posições. Enquanto isso, Schumacher, em oitavo, vai garantindo o título inédito. Mais alguns quilômetros e o panorama muda: o alemão erra na 6ª volta ao tocar com o bico do carro na BAR do japonês Takuma Sato. Vai para o pit stop e volta na última colocação. Daí para frente é a sua corrida de recuperação.

Mais incidentes na pista: Montoya abandona por problemas hidráulicos, Alonso sai da corrida e Shumacher volta a errar ao tentar ultrapassar Cristiano da Matta na 42ª volta. Mesmo com tantos contratempos, não teve jeito: o hexa foi do alemão e a frustração ficou com a redatora, que por ora, escreve nesta coluna.

Pódio de Suzuka:
1º lugar: Rubens Barrichello
2º lugar: Kimi Raikkonen
3º lugar: David Coulthard

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