4 - No Museu do Futebol

Outubro de 2011

Terça-feira nublada em São Paulo. 11 de outubro. Depois de um café da manhã reforçado em uma padaria na Haddock Lobo - com direito a misto-quente paulista e pão-de-queijo recheado -, eu e o Thiago seguimos para o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para visitar o Museu do Futebol. Gente, lá é muito melhor do que imaginava! Até quem não gosta de futebol, iria curtir o local!

Na entrada, no térreo, uma exposição de bolas usadas em Copas do Mundo – de 1970 a 2010, incluindo, portando, até a polêmica Jabulani. Ao subir a escada rolante para o primeiro piso, somos recepcionados por uma projeção do rei Pelé dando boas-vindas, em português e inglês – yes, we can, rs! (Não conheço nenhum museu fora do país, mas ouso dizer que o do Futebol é, sim, de primeiro mundo).

E nem deu tempo de fazer pose!


Com variados recursos tecnológicos e uma boa dose de interatividade, somos surpreendidos em cada espaço do museu. Na área denominada “Anjos Barrocos”, projeções de 25 grandes craques brasileiros surgem em mega-telões diante de nossos olhos – de Nilton Santos, nascido em 1925, até ao caçulinha da turma, Ronaldinho Gaúcho, de 1980.

Em seguida, você pode escolher em um balcão os gols que quer ver, e ouvir depoimentos de personalidades – como Lima Duarte, Soninha Francine, Marcelo Tas, entre outros - sobre os gols mais bonitos que viram. Ao lado, pode também se dar ao luxo de escutar narrações de grandes partidas feitas pelo rádio, de 1934 a 2006.

Em uma das partes do passeio, nos encontramos debaixo das arquibancadas do Pacaembu e somos presenteados com projeções de cenas de torcedores durante partidas de futebol.  “Exaltação” é o nome deste trecho. Tem ainda uma série de fotos fantásticas que mostra como o futebol chegou ao país – e o mais interessante é que além das imagens do esporte, há também retratos da sociedade da época que contextualizam o momento. Em 1910, por exemplo, o Fluminense, como vários outros times brasileiros, não aceitavam negros e mestiços entre seus jogadores ou associados.

Há ainda a sala do “Rito de Passagem”, que mostra nossa derrota para o Uruguai na Copa de 50, no Maracanã; a sala das Copas do Mundo (com destaque também para o que acontecia de importante nos cenários político, econômico e cultural em cada ano deste evento); fotos de Pelé e Garrincha; números e curiosidades sobre o futebol; sala 3D (esta parte não é muito boa, não; acho que é a única que não gostei); espaço para crianças e adultos darem seu chute à gol e muito mais.

Ao todo, são 15 salas temáticas, dispostas em uma área de 6,9 mil metros quadrados, com 1.442 fotos expostas e seis horas de vídeos disponíveis aos visitantes. É realmente incrível! Mas a nossa principal torcida é para que todos estes grandes lances registrados não sejam apenas matéria do passado e, muito menos, se tornem raridade. Queremos o futebol arte também presente no presente (redundante assim mesmo) para que, num futuro não tão distante assim, as jogadas da atualidade possam também ser eternizadas na nossa memória e serem dignas de fazer parte do Museu do Futebol.    


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